É preocupação mesmo? - Maria Fernanda Medina Guido

É preocupação mesmo?

No dia 02/09 após a publicação da capa da Cosmopolitan nos Estados Unidos estampando a modelo Tess Holliday milhares de pessoas se incomodaram, analisaram e julgaram sua “saúde” levando em conta sua aparência. Hoje, 05/09, após postar uma foto, a atriz Bruna Marquezine foi detonada por milhares de seguidores por sua, aparentemente, “falta de saúde”. Uma por quilos a mais, outra por quilos a menos. Entendo que para definirmos alguém como “saudável” precisaríamos mais do que analisar por 2 segundos uma foto e nem pretendo entrar neste quesito.
O que eu gostaria de chamar atenção é para a quantidade de mulheres criticando umas as outras, porque isso sim para mim é muito preocupante. Preocupante porque perdendo tempo julgando umas as outras por sua aparência e atitudes não estamos nos atentando a tantas outras questões muito mais relevantes e urgentes como por exemplo sermos 52% dos votos válidos em uma eleição e termos um governo de maneira geral que não nos representa. Termos uma jornada de trabalho semanal (trabalho externo e rotina doméstica) em média 24,4 horas maior que a de um homem e salários menores, termos 1 mulher sendo assassinada a cada 2 horas dentre tantas outros exemplos que mostram a realidade feminina do nosso país.
E diante disto, estamos aqui discutindo e julgando quilos a mais, quilos a menos. Nos criticando, nos reduzindo a números e acreditando efetivamente que eles nos definem.
Já passou da hora de nos olharmos com mais empatia, com mais amorosidade. Porque quando eu faço isso pelo outro, passo a fazer por mim. Quando eu paro de julgar ao outro, meu julgamento interno diminui.
E como a Bruna disse muito bem em seu desabafo, não é porque ela é famosa que ela não sofre com o que lê.
Cuidado com o que você fala, posta, comenta. Você não tem ideia do que o outro pode estar passando. E mais do que isso, independente de liberdade de expressão, se você não gostou de algo no outro, mas essa pessoa não te pediu opinião, guarde para você. Se não serve para você a vida que o outro leva, não faça igual e pronto. Tenha mais empatia.
É como aquela velha máxima: na dúvida, não faça ao outro o que você não gostaria que fizessem com você. ?

Sem comentários »

Deixe um comentário:

Sua mensagem foi enviada com sucesso. Obrigado.

Artigos recentes