Escolhas
Recentemente um casal de publicitários sul-africanos se tornou notícia por terem largado seus empregos e resolverem viajar pelo mundo enquanto o dinheiro que tinham durasse. Inicialmente viraram sensação pelo fato de estarem fazendo o que a maioria das pessoas tanto sonha, pedir demissão e viajar sem destino. Porém, nas últimas semanas, voltaram para explicar aos que estavam suspirando ao ver as fotos que a viagem não são só flores. No blog criado por eles “How far from home”, o casal declarou que percebeu que pelo fato de estarem postando muitas fotos de lugares paradisíacos podem estar dando a impressão errada ao público, e resolveram contar o dia a dia deles quando não estão praticando yoga em alguma praia maravilhosa, que inclui lavar banheiros, carregar caminhões de esterco e em alguns momentos, por falta de dinheiro, só terem bolacha para o jantar, em prol do sonho de se viver livremente. E é justamente a esse ponto que quero me ater.
Fazemos escolhas 24h por dia. Umas mais importantes, outras nem tanto, mas são esse conjunto que ditam o que estamos nos tornando, como estamos vivendo nossas vidas, o quanto cuidamos de nós mesmos. Muitas vezes somos obrigados a tomar decisões que influenciarão o nosso modo de viver, a nossa vida financeira, nossa saúde. E como já se sabe, às vezes da maneira mais sofrida, qualquer que seja o caminho escolhido, haverá consequências em nosso dia a dia.
É preciso haver coerência, porém na prática agimos de determinado modo mas não aceitamos o resultado de nossas escolhas. Entrando numa espécie de círculo vicioso onde tomamos decisões que geram insatisfação e consequentemente estragos na autoestima. Aí, por estarmos com a autoestima abalada, não nos valorizamos o suficiente e quase sempre tomamos decisões que gerarão mais insatisfação. Ou seja, não há fim.
Você vive em um país livre, você é livre. Se não quiser mais trabalhar 8h/dia dentro de um escritório usando terno e gravata, pode-se optar por isso. No entanto, a não ser que tenha uma boa reserva de dinheiro, deixar um emprego bem remunerado lhe obrigará a encontrar novas formas de encarar a vida, pode ser que Cancun momentaneamente faça parte de um passado feliz. Você pode escolher não se casar, não ter uma alimentação saudável, não se exercitar. A vida é sua. Faça o que quiser! Só se lembre que para tudo há um preço. Uns mais baixos, outros mais altos.
É necessário parar de se comportar como uma criança mimada e entender realmente que não se pode ter tudo. E entender que também não precisamos de tudo. Faça suas escolhas e aceite de mente aberta e cabeça erguida o que virá no pacote. E se o que estiver vindo parecer pesado demais, repense, refaça suas escolhas. Ajuste de acordo com o que te parecer mais sensato no momento. E mude novamente se precisar e quantas vezes precisar. Infelizmente ainda não dá para se entupir de chocolate e churrasco e ter uma barriga com “gominhos” nem trabalhar 16 horas/dia e querer qualidade de vida. Tudo são escolhas. E como já dizia o sábio Osho, “opte pelo que faz seu coração vibrar”!