O que te faz feliz? - Maria Fernanda Medina Guido

O que te faz feliz?

As redes sociais são um dos benefícios da vida moderna e tecnológica. Conseguimos encontrar pessoas que fizeram parte de nossas vidas num passado distante, encontrar quem conhecemos recentemente e aparentou ser interessante, conversar com nossos amigos que estão perto ou longe. Porém, as redes sociais trouxeram muito mais para a vida das pessoas, trouxeram exposição, porque agora não basta mais viajar, você precisa postar as seiscentas fotos da sua viagem e comentar abaixo de cada uma delas como aquele momento significativo mudou sua vida. De repente as pessoas passaram a fazer parte de uma competição velada, a competição “quem é mais feliz”. Quem coloca mais fotos dos momentos que viveu, quem tem a vida mais interessante, que teve a terça-feira mais divertida. É impressionante como as pessoas são felizes no Facebook e Instagram!! Se elas terminam um relacionamento, pelo menos nessas ferramentas de comunicação, elas não sofrem de maneira alguma… elas imediatamente mudam o “status” de relacionamento, postam mais fotos do que nunca e não param de divulgar para todos o quanto estão bem resolvidas, felizes e como suas vidas são agraciadas divinamente. Tudo dá certo em suas vidas! Elas tem semanas inteiras praticamente perfeitas, a felicidade bateu à porta e ficou.
Fiquei me questionando depois de observar esse movimento se as pessoas realmente estão numa onda de alegria suprema ou se isso seria só mais uma forma de mascarar o que realmente se sente, pensa ou como está para que os outros não saibam que você está sofrendo e que a sua vida não é como a da celebridade do ano, e tenho certeza que é a segunda opção. As pessoas em geral usam as redes sociais para mostrar uma vida muito mais bonita e interessante do que realmente tem, o que é muito triste, pois demonstra a imensa necessidade de aprovação do outro que muitos tem, e pensando em felicidade, por mais que não exista uma definição exata do que seja, quando começa ou termina, é possível supor que uma pessoa feliz não se preocupa com o comentário acerca de sua vida que irão fazer, ela se preocupa em ser feliz, não?
Existem diferentes estudos e teorias sobre o tema. Abordagens estas que têm sido usadas pela filosofia, pela psicologia, que criou inclusive métodos, como o inventário da felicidade de Oxford, que procura medir o nível de felicidade de um indivíduo, levando em conta fatores físicos e psicológicos como envolvimento religioso, político, estado civil, paternidade, idade, rendimento, satisfação no trabalho entre outros. Porém nenhum desses métodos nos diz o caminho o qual devemos seguir.
Um dos estudos aponta que a felicidade pode ser considerada sinônimo de aceitação. Quando se aceita quem é e o que tem é que a pessoa pode promover mudanças significativas e positivas em sua vida. Porém aceitação não significa conformismo, aceitação está ligada a autoconhecimento.
Outra vertente procurar achar padrões de comportamento e pensamentos comuns nas pessoas que se consideram felizes. Alguns padrões encontrados foram: a capacidade de adaptação a novas situações, a busca de objetivos de acordo com suas características pessoais, a sensação de riqueza em relacionamentos humanos, ser competente naquilo que se faz, enfrentar problemas com a ajuda de outras pessoas, receber apoio de pais, parentes e amigos, ser agradável e gentil no relacionamento com outras pessoas, não superdimensionar suas falhas e defeitos, gostar daquilo que possui e ser autoconfiante.
Pessoalmente acredito que seja um misto dessas vertentes. Quanto mais aceitamos quem somos, mais podemos lutar por melhorias em nossas vidas e em nossa personalidade, e penso que felicidade pode ser sim a capacidade de se adaptar a uma nova situação, de receber apoio e afeto dos que estão a nossa volta, de ter relacionamentos consistentes, crescer com os acontecimentos em nossas vidas, de se sentir amado, querido. Penso que a felicidade está nisso, nos momentos de sucesso que temos em nossas vidas e na superação dos momentos difíceis que surgiram. Não acredito que se não tivermos semanas inteiras maravilhosas, nos permitirmos sofrer e até mesmo assumirmos que estamos sofrendo estaremos nos afastando da felicidade. Não precisamos entrar nessa competição, todo mundo tem direito a ter um domingo entendiante, uma semana insuportável e depois desses dias, se sentir feliz.

Até logo! 🙂

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