Quando nos dizem não - Maria Fernanda Medina Guido

Quando nos dizem não

Essa semana aconteceu uma situação que me deixou bem reflexiva e queria dividir com vocês…

Uma pessoa me fez uma proposta. Eu disse não, explicando as razões pelas quais eu estava fazendo aquilo. Ela então me fez uma nova proposta, que também não funcionaria, em meu entendimento, então neguei novamente explicando de maneira bem didática todas as razões. E ela se ofendeu. E me achou intransigente, inflexível. Tentei explicar que não se tratava de intransigência, mas de experiência, do que eu já tinha vivido, experenciado e aprendido que não funcionava. Em vão.

E aí o que fiquei pensando, refletindo e achei legal dividir é que todos nós já estivemos neste lugar. De ouvir um não e se indignar, como se o outro tivesse obrigação de atender nossos desejos. Quase ninguém lida bem com o “não”. Fingimos que sim, mas a verdade é que todos nós tendemos a nos colocar nesse lugar de incomodo, onde frases como “quem ela pensa que é?” ou “custava aceitar?” ecoam em nossas cabeças.

E não, as pessoas não são obrigadas a aceitar o que pedimos. Ainda que o que pedimos seja sensato, óbvio, interessante etc. Precisamos tentar nos lembrar que muitas vezes o que é sensato, óbvio e interessante para nós, porque sim, erramos em nossa análise, às vezes não é para o outro. Ou a pessoa entende que seu pedido não irá funcionar ou simplesmente ela não quer, e pronto.

Por isso, quando estiver neste lugar, de um pedido negado que esteja incomodando, acolha a sua dor, valide sua dor, sinta. Você não precisa minimizar o que foi feito pelo outro se entender que o outro foi de fato muito intransigente, mas procure perguntar a si mesmo o que mais está por trás da sua dor, da sua raiva, do seu clamor por justiça. Talvez você descubra que são seus medos falando. Talvez negativas te levem para um lugar de desconforto porque mesmo sendo um adulto você ainda age de acordo com sua criança interior, fazendo birra quando não conquista o que deseja. E está tudo bem. Todos revisitamos esse lugar eventualmente. Mas a medida em que vamos tomando consciência do que realmente está por trás de nossos momentos de indignação, temos a chance de lidar melhor com eles sendo honestos conosco, podemos ponderar a atitude do outro, analisar a situação fora da nossa perspectiva e desse modo cessar esse incômodo. Eu sei, não era o que você estava esperando rs. Quando estavamos com raiva queremos mais é o que o outro que nos colocou nessa situação sofra de alguma forma. Mas confie em mim, sentir-se em paz é bem mais legal que se sentir vingado. Eu pelo menos acho.

Com carinho,

M Fernanda

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