Você não é tão importante assim
Antes que você comece a me amaldiçoar, permita-me explicar até porque provavelmente não nos conhecemos pessoalmente rs. Este texto com certeza foi escrito para você, para todos vocês. Essa é uma das coisas mais libertadoras que já aprendi e por isso resolvi compartilhar esta semana.
Sempre fui muito crítica comigo mesma em todos os sentidos. Vivia numa briga interna e constante para que nada saísse errado, nada tivesse falhas. Porém, obviamente os erros aconteciam e quando ocorriam eu me martirizava horas a fio por não me conformar com a tal gafe cometida.
Há muitos anos atrás, fui a uma festa e exagerei um pouquinho na bebida, nada demais. No dia seguinte, eu estava desolada, sofrendo, me consumindo com o que as pessoas deviam estar pensando de mim naquele momento, como eu havia me permitido perder o controle? Como? Foi um martírio e o problema é que os dias passavam e a raiva de mim mesma só aumentava, até chegar o dia da terapia.
Contei o ocorrido para a minha psicóloga na época e ela me respondeu “você não é tão importante assim”, me explicando que a autopunição que eu estava vivendo era completamente inútil, já que depois de dias seguidos, ela havia passado de aprendizado para tortura, ou seja, repetir o acontecimento sem parar em minha mente, não teria outra função a não ser me machucar.
A princípio fiquei muito ofendida com essa frase. Como assim não sou importante? Sou sim! E fui embora brava para casa. Mas logo em seguida compreendi o que de fato ela havia me explicado. Sim, sou importante, mas não a ponto das pessoas que convivem comigo ou me conhecem perderem seu sono ou passarem seus dias pensando em mim porque eu tomei uma cerveja a mais numa balada, onde praticamente todas as pessoas fazem isso. Muito provavelmente elas me viram, analisaram a situação, tiraram suas conclusões e ponto final, não sou uma celebridade para me tornar assunto nacional, não havia feito nada que merecesse um vídeo rodando na internet e eu gostando ou não, as pessoas tem mais coisas para fazer ou pensar a ficarem lembrando de mim.
Ao contrário do que pode parecer, isso não foi um golpe duro em minha autoestima, isso foi extremamente libertador! E desde então repito essa frase para mim mesma quando percebo que estou exagerando nas autocríticas e tem funcionado muito. Divido isso com meus pacientes e com o tempo percebo que eles também se sentem mais leves, porque de fato é libertador, diminuir a criticidade consigo mesmo aumenta a tranquilidade na hora de agir, ou depois de se ter agido de uma maneira que não era a planejada. Veja bem, isso não quer dizer que não é preciso analisar seus comportamentos, é preciso sim. Mas se já foi analisado, já foi visto aonde errou, o ideal é se focar em não cometer mais esse erro e pronto. Isso é aprender com os erros. Passar dias se torturando porque enviou um e-mail ao seu chefe com uma vírgula a mais não promoverá seu crescimento interno, acredite.
Então, a minha sugestão para quando você cometer um erro ou até mesmo quando você estiver esperando muita desaprovação dos outros por algo é pensar que você não é tão importante assim. Não tem problema se você deu uma bola fora no último churrasco, já foi, as pessoas que estavam lá com certeza nem se lembram mais disso e ponto final. Não se torture tanto assim, você não merece! 🙂