2° texto: Você está certo disto?
Na semana passada publiquei o primeiro artigo de um total de 10, “Aceitar-se: condição básica para uma vida mais equilibrada” sobre autoestima, se você não leu, clique aqui. Neste artigo expliquei um pouquinho como se forma nossa autoestima a partir de nossa infância. No texto desta semana, quero falar sobre nosso sistema de crenças, que também começa a se formar em nossa infância e nos norteia por toda a vida, através do que aprendemos pela forma como fomos educados, o que aprendemos com nossa família, na escola, com nossos amigos e sociedade.
De maneira bem simplificada, para facilitar o entendimento, podemos dizer que nosso sistema de crenças são as nossas “opiniões”, que podem ser boas e tornar nossa vida confortável, ou podem ser ruins e nos assustar, como por exemplo “se eu perder meus pais, eu morro”, “a vida é uma competição”, “homens não prestam”, “bandido bom é bandido morto” entre tantas outras.
O primeiro ponto a se pensar sobre nosso sistema de crenças está justamente no fato de que a maioria delas são formadas através de informações trazidas pelo senso comum, isso significa que são opiniões que não possuem validação científica, ou seja, não foram estudadas ou comprovadas pela ciência. Senso comum também inclui piadas e preconceitos bem como todo medo e angústia produzidos pela mídia. E aí, quando acontece algum problema mais sério em nossas vidas ou na vida de terceiros, utilizamos esse bololô todo de “opiniões” para entendermos porque estamos passando por isso ou aquilo, julgar as pessoas, os fatos. Nos baseamos no que temos, em que acreditamos.
Um dos problemas em confiarmos cegamente em nossas crenças e você há de concordar comigo é que o mundo mudou um bocado e de maneira muito rápida nas últimas décadas. Só isso já invalida um monte de crenças que aprendemos quando crianças. Outro ponto que precisamos considerar é que nossos pais, avós, amigos, professores etc por serem humanos imperfeitos, podem ter se equivocado ao nos passar conceitos, podem ter nos passado crenças politicamente incorretas por exemplo, muitas vezes desde a época deles já, mas que de certa forma eram “aceitas” no passado e hoje não são mais, além da mídia, que os manipulava, e agora nos manipula para o que é conveniente, dependendo do momento.
Por isso, principalmente quando estivermos diante de uma situação desgostosa em nossas vidas, precisamos avaliar nosso sistema de crenças e flexibilizá-las. Quais crenças te limitam? Elas realmente fazem sentido? São verdadeiras? Precisamos usá-las ao nosso favor. Desafiá-las. Focar em nossas qualidades, potencialidades. Será melhor mesmo não começar essa pós-graduação que você sempre sonhou porque você nunca termina o que começa? Você nunca termina mesmo o que começa? Ou essa é a voz da sua mãe te falando repetidamente do curso de ballet, que você queria tanto e abandonou na terceira aula quando tinha 7 anos de idade? Será que nenhum homem presta mesmo? Nenhum? Nem seu pai, nem seus tios, amigos, ninguém? Ou será que essa é a crença que veio de alguém próximo que sofreu bastante por conta de um relacionamento e você a tomou como verdade?
Precisamos ouvir mais nossos discursos. Desculpe a sinceridade, mas falamos muita bobagem. Se ouvirmos mais o que falamos poderemos entender da onde veio, de quem veio, e se hoje, 20, 30, 50 anos depois faz realmente sentido. Precisamos nos permitir mudar de opiniões, sermos menos rígidos, tentar coisas novas. Faça uma lista de suas crenças, sobre dinheiro, sobre pessoas, sobre relacionamentos, sobre a vida em geral. Analise honestamente: elas estão em sintonia com o que você deseja? Mas com o que você deseja de verdade, não somente com o que você tem coragem de assumir que deseja. Estão? Se você continuar acreditando nelas existe a possibilidade de você concretizar seus sonhos, seus objetivos? Ou suas crenças te limitam? Te paralisam, porque são carregadas de negatividade, de ódio, de medos? Caso seja a segunda opção, se permita pensar diferente sobre alguma coisa e veja o que acontece. Escolha uma crença limitante que você considere amena, e a contrarie, a desafie. Observe o que acontece em seguida, nos próximos dias. Talvez você descubra que perdeu muito tempo acreditando nela e nada de assustador acontece se você enfrentá-la. Coragem! A vida pode ser muito mais significativa se transpassarmos a barreira do medo.
Até a próxima sexta! <3