O segredo talvez seja deixarmos a música mais alta que nossos problemas - Maria Fernanda Medina Guido

O segredo talvez seja deixarmos a música mais alta que nossos problemas

Eu amo música. Fui completamente influenciada por meu pai, que ouvia não só ele, mas fazia a vizinhança inteira ouvir também rs, os mais variados estilos musicais. Um pouco antes de falecer, ele tinha ganho uma fita cassete (todo mundo por aqui sabe o que é isso? Rs) gravada por um grande amigo, do Lou Reed. E tenho a memória dele ter ouvido uma música em especial muitas vezes neste período. E quando ele se foi, fiquei com essa fita (e com todos os seus discos de vinis rs) e sempre que batia saudade, por muito tempo era essa música que eu ouvia.

E aí, sem entrar muito no mérito da questão, se isso tem uma explicação sobrenatural ou é somente meu cérebro buscando sentido, curiosamente em alguns momentos da minha vida onde as coisas estavam muito difíceis, essa música tocava, aleatoriamente, no rádio, na playlist do canal de músicas da Sky, na casa de alguém. E agora, mais recentemente quando eu estava enfrentando o Covid, ela tocou duas vezes na mesma semana, num episódio do seriado do Michael Jordan e durante a preparação de um prato, nos stories do chefe de cozinha Léo Paixão. Coincidência? Pode ser. Mas que deu um quentinho em meu coração porque foram dias bem difíceis e senti que era como se fosse um recado dele, ou da vida dizendo “vai passar” isso deu.

Tenho músicas que me fazem lembrar de amigos, tenho bandas que me remetem à épocas, já tive cd’s (esse todo mundo conhece né? rs) que precisei guardar e esperar a dor passar para voltar a ouvir, por conta de um fim de relacionamento por exemplo. Mas com o tempo ouvir música foi ficando em segundo plano a medida em que o ruído externo provocado pelo excesso de informação cresceu, a correria cresceu, os anos passaram. E ultimamente acontece numa frequência bem menor. Como muita coisa que a gente sabe que faz bem e as poucos vai abandonando.

E isso me levou a algumas indagações como por que deixamos de fazer o que nos faz bem? Por que vamos deixando a vida entrar nesse piloto automático chato que deixa a vida tão sem graça? Se ouvir música também te traz alegria assim como em mim, há quanto tempo você não ouve sua banda preferida? Toma banho ou cozinha ouvindo música?Por que vamos nos acostumando ao barulho infernal que nossos pensamentos provocam e não cessamos a “falação mental” com música, bem alta (mesmo que seja nos fones de ouvido rs)? Cheguei a algumas respostas, mas isso não importa aqui. O que eu quero mesmo é que você fique com essa sensação de “por que mesmo?” e que isso te motive a ligar o som. 🙂

E se tudo isso não foi o suficiente, apresento os benefícios de se ouvir música, cientificamente comprovados:

  • Melhora a frequência cardíaca, respiratória e pressão arterial;
  • Diminui sintomas provocados pela ansiedade, depressão, os efeitos severos do isolamento social;
  • Melhora o humor, reduz o estresse;
  • Tem sido usada com sucesso como parte do tratamento  de recuperação de pacientes acometidos por AVC, Alzheimer e doenças neurodegenerativas.
  • Além de te permitir fazer uma viagem ao tempo, se a música ou a banda estiver associada a boas lembranças.

Que tal escolher uma boa trilha sonora agora? Eu já estou ouvindo a minha. 🙂

 

Ps: a música que mais me faz lembrar meu pai, caso você tenha curiosidade em ouvir, é: walk on the wild side – Lou Reed. Mas não se apegue a letra, ela não diz muito rs.

Com carinho,

Fernanda

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