O que os outros vão pensar - Maria Fernanda Medina Guido

O que os outros vão pensar

O medo de ser julgado é inerente ao homem. Desde pequenos aprendemos valores, regras e observamos aos outros, o que eles fazem, como eles vencem ou fracassam em suas vidas. Além disso, nossos maiores espelhos na infância, nossos pais, ao invés de nos fornecerem uma resposta plausível sobre o porquê de não podermos fazer tal coisa muitas vezes respondiam “você não vai fazer isso, o que os outros vão pensar?” E assim crescemos, na tentativa de conciliar nossos desejos com o que é certo e errado e sob a sombra do olhar julgador do outro.

Claro que não vivemos isolados em ilhas e precisamos de referência. Precisamos de padrões, opiniões, da aprovação de quem nos cerca. É absolutamente normal nos espelharmos em pessoas que admiramos e desejarmos viver uma vida próxima ao modelo que consideramos o ideal. O problema é que o fantasma do “o que os outros vão pensar” pode ser tornar tão presente na vida de uma pessoa, que ela passa a viver quase que integralmente se preocupando com esses julgamentos, levando a vida de forma a ser aceita, fazendo o que é esperado, agindo conforme dita a cultura, os costumes, a moda etc. Porém, viver de acordo com o que se espera ao invés de como se deseja pode transformar a vida numa passagem sem graça e sofrida. Viver buscando não ser julgado, não desagradar as pessoas a sua volta com suas opiniões, valores ou ações não traz alegria, momentos de felicidade. Traz na verdade alienação, pois nunca deixaremos de ser julgados, nunca aceitarão incondicionalmente o modo como vivemos, agimos ou pensamos e as cobranças nunca cessarão. Podemos achar a priori que estamos nos livrando dos outros se estivermos dentro dos padrões quando na verdade, estaremos só sendo mais vigiados, mais observados por uma platéia que aguarda ansiosamente um deslize.

Já que é assim, deixe que desistam de você! Tente não fazer somente coisas em sua vida para agradar aos outros ou porque é esperado a não ser que isso de alguma maneira te faça bem. Obviamente existem convenções sociais, temos que ser educados e gentis e precisamos das pessoas. Vivemos em sociedade e a opinião do outro é importante, pode por exemplo nos voltar ao eixo se estivermos derrapando, mas não deixe a opinião, a esperança das pessoas lhe torturar.  Faça o que você quer, o que você tem vontade. Não se case com que não ama porque está ficando velho, não viva com quem não ama mais porque um dia jurou amor eterno, não passe a sua vida em um emprego que não te faz feliz porque tem medo de assumir o que realmente te motiva porque infelizmente errando ou acertando, o julgamento virá e já que sempre seremos julgados, que sejamos julgados então pelas coisas que estamos fazendo mas realmente queremos, desejamos, não porque esperam isso ou aquilo de nós. Se lhe parecer interessante, comece devagar… pequenas mudanças já poderão lhe trazer alívio, um bom exercício seria dizer mais “não” às pessoas. As desaprovações virão com certeza, mas deixar de fazer algo que não lhe agrada trará um sensação de equilíbrio entre o que se sente, o que se quer e o que se faz e essa sensação com certeza será compensadora.

Até logo!

1 comentário »

  1. Renato Medina disse:

    Excelente texto Fer! De grande ajuda.
    Bjs

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