Seu maior inimigo é… você!
A maioria das pessoas acredita que a fase atual de sua vida é boa mas que falta algo. Falta uma alavancada na carreira, um relacionamento estável e equilibrado, 10 kg a mais, 20 kg a menos, mais cabelos, dentes mais brancos, mais tempo livre, menos estresse… Cada um sabe aonde o calo aperta e é por sentir que falta algo em nossas vidas que levantamos todos os dias pela manhã, afinal, o que nos move é o desejo, a vontade de conquistar o que ainda não conseguimos ou às vezes nem sabemos o que é.
Porém, se pararmos para analisar nossas vidas por uns minutinhos veremos que curiosamente parece que estamos sempre muito distantes daquilo que desejamos e o mais estranho é que não estamos na via contrária porque nos colocaram lá, estamos porque nós mesmos escolhemos isso.
Por exemplo, muitas pessoas querem crescer profissionalmente e ter direito ao que isso traria: um aumento significativo de salário, o status de chefe, reconhecimento de todos, entre outros. Pois bem, sabe o que elas fazem para conquistar seus objetivos? Nada. Elas sabem que não é no local atual que trabalham que vão conseguir isso, porque lá não há um plano de carreira, mas não enviam seus currículos para outras empresas, muitas vezes nem tem um currículo. Ou, elas sabem que podem crescer dentro da empresa em que trabalham, mas ao invés de mostrar serviço, cumprir suas metas, ganhar espaço, elas faltam constantemente do trabalho, chegam atrasadas nas reuniões, não cumprem seus prazos às vezes por descuido, dando a impressão que é melhor não contar com ela.
Por que isso acontece? Por que nós sabemos o que devemos fazer, por onde começar para conquistar nossos objetivos e parece que nos empenhamos para NUNCA conquistá-los? Por que temos essa tendência? Por que nos sabotamos descaradamente 24h por dia?
Porque queremos nos proteger de frustrações. Esse processo chama-se “autossabotagem”, estudado há décadas inúmeros experimentos e teorias provam que salvo catástrofes naturais e raras exceções, nenhuma outra pessoa além de nós mesmos tem essa capacidade tão intensa de nos afastar do que mais queremos. A verdade é que começamos a desistir logo no início da jornada porque temos medo de tentar e falhar. Assim, é melhor trocar uma possível frustração futura, que julgamos ser maior, por uma frustração imediata, menor. E para completar o processo, além de não buscarmos o que de fato queremos, precisamos ainda buscar desculpas para isso, porque aceitar que não estamos fazendo algo por medo de falhar seria muito doloroso, então colocamos a culpa no chefe, nos pais, na esposa, no namorado, no mundo, no destino, no “karma”, não tem outra explicação. Nossa criatividade flui um bocado no momento de desenvolver desculpas para justificar nossas atitudes pobres. Esta é uma das mais profundas incoerências humanas, desistir daquilo que mais se deseja alcançar e manter.
E o que podemos fazer? A primeira coisa é fazer uma reflexão sobre nossos objetivos e o que estamos fazendo honestamente para NÃO alcançá-los. Rapidamente vamos perceber que estamos anulando muitas possibilidades para evitar nos decepcionarmos ou decepcionarmos aos outros. É importante também depois da reflexão não entrar num processo destrutivo e ficar se culpando por ter se sabotado até agora. Esqueça a culpa. Traga para si a responsabilidade por seus atos ou pela falta de. Entenda que você é o único responsável por não ter alcançado seus objetivos e comece de verdade a lutar em prol deles. Para evoluirmos precisamos nos desapontar, nos frustrar, falhar. Só conseguimos mudar quando nos aceitamos falhos, errantes.
Precisamos saber onde estamos errando para crescer e isso não acontecerá se ficarmos estagnados dando desculpas aos outros e a nós mesmos para justificar porque a vida está passando e nunca alcançamos o que desejamos.
Se parecer muito difícil e é mesmo, comece devagar. Tente não se sabotar por uma manhã, depois por um dia inteiro e assim por diante, até perceber que quem realmente está no controle de sua vida é você. E quando a vontade de se sabotar for maior que a de lutar por um sonho, pense em quantas coisas legais podem acontecer quando sua meta for conquistada, em quão bem isso lhe fará. Faça uma lista mental de prós e contras quantas vezes precisar. Se sua meta é emagrecer, ao se deparar com um quindim, respire profundamente e pense: “o que eu vou ganhar de fato se eu emagrecer? Como minha vida melhorará com isso? E liste tudo que será melhor com menos peso. Depois analise, e seu comer o quindim? O que me trará de bom?” Se confrontar será essencial para chegar lá, qualquer que seja seu objetivo. E se falhar por hoje, não desista. Amanhã será um novo dia. Como eu ouvi outro dia, “Viver é para os insistentes”, insista!
Adorei seu artigo! A autossabotagem é muito comum e mesmo depois que a identificamos, o caminho é longo e a perseverança é extremamente necessária. Grata pelo incentivo!!!
Muito obrigada Dalva, fico feliz que tenha gostado! 🙂
Excelente texto. A pessoa odeia o emprego, mas não sai. Quer ganhar, mas não quer trabalhar …E o pior , na minha opinião , é olhar e falar dá vida do outro , com inveja. Adoro ler seus textos.
Muito obrigada Maria Cecília, fico feliz que tenha gostado! 🙂