Essa foi nossa mesa de almoço de ontem. Eu não lembro na vida de ter tido um almoço de Sexta-feira Santa sem mais ninguém da família além do meu marido. Ontem foi assim. Tinha tudo para ser estranho, triste. Mas tentei transformá-lo em um almoço saudosista, cheio de símbolos, representando muita gente que eu amo e não estava comigo. O cardápio foi escolhido a dedo: o mesmo bacalhau do ano passado e que fez tanta gente feliz e a casquinha de siri de travessa que fiz nos dois últimos Natais. E assim, minha irmã, minha sobrinha, meu cunhado, minha prima, o marido dela e uma amiga querida “estavam” conosco.

Usei as taças de vinho da minha mãe, a travessa de coração que ganhei de outra amiga querida, a toalha de renda que trouxe de Olinda. Ouvimos os discos do meu pai e de tantos amigos e familiares queridos que me presentearam com suas coleções de vinis quando anunciei (talvez com segundas intenções confesso rs) que havia ganho uma vitrola.

Falei com vários amigos durante o almoço. Comprei um ovo de Páscoa e fizemos exatamente como eu fazia quando era criança e ganhava um: abri para ver o que tinha dentro, comemos os bombons e guardei as cascas para mais tarde.

Fiz uso das minhas memórias. Elas podem ser um alento em tempos tão estranhos. E foram.

Como escreveu lindamente a Nutricionista Marcela Kotait (@nutri_marcela) ontem em seu feed no Instagram e que não saiu da minha cabeça desde então:

“É preciso olhar por outra perspectiva: ficar em casa nessa Páscoa, além de um privilégio, é querer passar as próximas com quem realmente importa.Ficar em casa é uma demonstração de amor ao próximo e não há feriado melhor para demonstrar isso.”

Por isso, amanhã, nossa mesa continuará somente com dois pratos. Mas tudo bem, há de ser temporário e em breve estaremos todos juntos.

Use suas memórias!
Feliz Páscoa!

PS 01: Obviamente erramos na quantidade de comida hahaha

PS 02: Sim, amo amarelo! hahaha